Em média, 18 mil crianças são vítimas de violência doméstica por dia no Brasil. Os dados, apresentados pela sociedade Internacional de Prevenção ao Abuso e Negligência na Infância (Sipani), representam 12% das 55,6 milhões de crianças menores de 14 anos. Frente a esta realidade, não há muito para comemorar neste Dia Mundial contra a agressão infantil, celebrado ontem.
O perigo está mais próximo do que s imagina. Dados do Fundo das Nações Unidas para a infância (UNICEF) mostram que 80% das agressões físicas contra crianças e adolescentes foram causadas por parentes próximos. Ainda de acordo com o Unicef, de hora em hora morre uma criança queimada, tortura ou espancada pelos próprios pais.
Segundo o professor Vicente Faleiros do Departamento de Serviço Social da Universidade de Brasília (UnB) cerca de 70% das denúncias de agressão física contra crianças foram praticadas pela própria mãe. O professor afirma ainda que o abuso sexual normalmente é praticado pelo pai ou padrasto.
No Rio de Janeiro, de acordo com a delegada Renata Teixeira Dias, responsáveis pela Delegacia de Proteção a Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência (Decav) cerca de 40% de todas as ocorrências registradas por mês nas delegacias do Estado são de agressão infantil. Ainda segundo a delegada, apenas 1% das denúncias são feitas pelas vítimas.
Os tipos da agressão infantil são diversos. Os mais comuns são a violência física, a psicológica e a sexual segundo dados do sistema de informação para a infância e adolescência (Sipia), de 1999 ate 2007; foram registrados 28.840 casos de agressão física; 28.754 de violência psicológica e 16.802 de abusos sexuais em todo o país.
Na opinião do professor Vicente Faleiros; bater definitivamente não é a melhor solução. Para ele o ideal é o dialogo com a criança. Segundo o professor, é mais eficaz explicar para a criança as conseqüências de seus atos e como você se sente decepcionado com isso, do que bater nela, além de melhorar o relacionamento com a criança esse tipo de atitude acaba evitando que ela se torne um agressor no futuro.
Entre as causas da violência infantil esta o trauma de quem foi agredido quando criança. Pais que quando crianças foram vitimas de violência domestica tendem a repetir as agressões em seus filhos. De acordo com o centro de combate a violência infantil (Cecovi), outras causas para as agressões são: ver a criança e adolescente com um objeto de sua propriedade, a projeção de cansaço e problemas pessoais nos filhos, fanatismo religioso, e problemas psicológicos e psiquiátricos. O produtor da republica Guilherme Zanina Schelb, acrescenta que a violência infantil esta ligada ao alcoolismo e a falta de limites do agressor, que se não for advertido, vai continuar agindo.



